Feliz dia das Mãevilhosas!

Andei pensando muito sobre os desafios de ser mãe. Às vezes, o dia é tão cansativo que faço as tarefas no automático, me estresso por qualquer motivo e esqueço de valorizar as pequenas (mas grandes!) coisas dessa função nada glamurosa que é a maternidade.

Me peguei pensando que daqui há alguns anos eu vou poder comer minha comida quente, mas eu não terei mãozinhas babadas querendo meu pedaço de pão. Nem dedinhos sujos melecando minha blusa de molho.

Daqui há uns anos eu conseguirei tomar um banho longo, sozinha e sossegada, mas eu não terei um beijo molhado na bochecha e um monte de marquinha de dedos no vidro do meu box. Nem desenhos pelo azulejo e nem bonecas peladas em mini banheiras.

Eu terei, daqui uns anos, minha cama só para mim e para o meu marido, como antes. Mas se acabarão os sorrisos cheios de alegria e gratidão e o abraço que quase sufoca depois do choro do pesadelo. Se acabarão as perninhas na minha barriga, o corpinho quente grudado em mim e o toque suave de manhã “acóda, mamãe!”.

Minha casa estará toda arrumada novamente. Mas não terei passinhos apressados para lá e para cá, cantando musiquinhas com a voz mais linda e doce desse mundo.

Daqui uns anos eu não serei o mundo de alguém. Eu não serei a pessoa mais importante do universo. Eu nunca mais serei amada com tanta intensidade, com tanta paixão, com tanto encantamento.

Eu posso estar descabelada, mas ela me acha linda mesmo assim.

Eu posso estar irritada, mas é o meu “colinho” que ela pede.

Eu posso estar frustrada, mas ela ainda assim me acha incrível.

Porque eu sou tudo para ela.

T-U-D-O.

Hoje.

Amanhã, não mais.

Tempo, vai mais d e v a g a r.

Eu quero que ela voe. Que seja independente. Que seja dona de si. Que viva experiências. Que conheça pessoas.

Mas hoje não.

Hoje eu quero continuar comendo comida fria, quero continuar acordando no canto da cama, quero tomar banho brigando pelo chuveirinho, quero minha casa de pernas para o ar. Hoje eu quero continuar sendo o mundo dela, enquanto eu sou tudo para quem é tudo para mim.

Hoje eu quero continuar assistindo desenhos e decorando todas as musicas de Frozen. Hoje eu quero continuar sentindo dores na coluna ao ficar horas sentada no chão brincando com mini panelinhas. Hoje eu quero ter meus sapatos fazendo TOC TOC TOC no chão para lá e para cá. Hoje eu quero escovar meus dentes com gosto de tutti frutti. Até quero continuar não tendo nenhuma privacidade no banheiro. Quero ser penteada, mesmo que as vezes sejam arrancados uns tufos do meu cabelo. Quero que escolham a roupa pra mim “exa mamãe, essa”, mesmo que eu saia igual uma palhaça.

Filhos nos fazem mães.

E pouco importa se eles saíram ou não da nossa barriga.

Pouco importa se eles falam inglês, português ou bebezes. Ou tudo junto.

Filhos nos fazem descobrir nossas maiores qualidades e nossos piores defeitos.

Nos fazem termos um medo terrível da morte, mas nos fazem amar e a lutar pela vida.

Por eles, nós mudamos tudo. Passamos a ser mais ecológicas, a dirigirmos mais devagar, a sermos mais precavidas e observadoras. Eles nos privam de varias coisas, é verdade, mas também descortinam um mundo que jamais imaginávamos existir.

Depois que somos mães, nunca mais somos as primeiras. Nunca mais pensamos em nós em primeiro lugar. Podemos estar como zumbis, mas jamais queremos nossa vida de antes. E quando lembramos de antes, cadê a graça de tudo?

Depois que somos mães, descobrimos que somos tudo um pouco. Um pouco médica, um pouco psicóloga, um pouco atriz, um pouco palhaças, um pouco mágicas, um pouco fadas, um pouco equilibristas, um pouco loucas. Descobrimos que quando precisamos viramos verdadeiras leoas pelos nossos filhos. E também pelos filhos de outras mães.

Descobrimos que somos bem semelhante às outras mães, sejam elas brasileiras, japonesas, alemãs, americanas, chinesas. Descobrimos que as vezes somos a mãe do fulano, e não mais a Ciclana. Mas tudo bem!

Quando somos mães viramos seres meio bipolares. Gritamos e rimos quase ao mesmo tempo. Sentimos medo e euforia, cansaço e energia. Somos uma e de repente somos dois. E é tão gostoso tudo isso.

Ser mãe não dá para explicar em um post. Nem em um livro. Talvez, nem em uma vida. Ser mãe é ser de tudo um pouco. Luz, vida, gratidão.

Feliz dia das mães!

Não cobre tanto das outras pessoas

É cobrança de pai para filho, de filho para pai, de esposa para marido, de marido para esposa, de um amigo para outro, da sociedade como um todo. Só de pensar já da até uma preguiça, né? Pare um tempinho para pensar se você está cobrando demais as pessoas a sua volta. Muitas vezes, fazemos isso com a melhor das intenções. Mas ser cobrado é algo terrível e, as vezes, irreversível. Portanto, vamos nos vigiar. Afinal, de cobranças bastam os boletos da vida!

Crédito da Imagem: S. McCutcheon

Vou te contar quatro historinhas (fictícias, ok?).

1- Era uma vez um menininho chamado Thomas. Thomas era muito amado pela sua mãe Rebeca. Mas, apesar de amar tanto o filho (e na cabeça dela, por amá-lo tanto), ela lhe cobrava demais. Por mais que Thomas arrumasse seu quarto, ela sempre encontrava uma gaveta bagunçada. Por mais que ele tomasse seu leite com cuidado, ela sempre lhe chamava a atenção pela gota derramada. Por mais que ele se esforçasse para pintar um desenho bonito, ela sempre lhe apontava os borrões, mesmo os imperceptíveis. Thomas cresceu e se tornou um homem. Mas com ele, cresceu também sentimentos do tipo “por mais que eu faça, eu nunca faço direito”, “eu sou desastrado”, “eu não consigo”.

2- Paula era casada com Adriano há 4 anos. Há um ano eles passaram a ter problemas no casamento porque Adriano fazia cobranças à Paula que ela não podia ou não queria atender. Ele cobrava dela um filho, cobrava dela uma casa sempre arrumada, cobrava dela que ela se vestisse melhor e que tivesse um salário melhor para ajudar nas despesas da casa. Paula começou a se sentir sufocada na relação porque por mais que ela fizesse pelos dois, ela sentia que nunca era o suficiente. Ela já fazia um tratamento para engravidar, arrumava a casa nas poucas horas que não estava trabalhando, já tinha enviado muitos currículos para empregos melhores e não tinha dinheiro para roupas novas. Ela se sentia frustrada ao chegar em casa e passou a evitar o marido. Algum tempo depois eles resolveram se divorciar.

3- Luiza e Bárbara eram amigas de infância. Quando Bárbara se casou e teve um bebê, Luiza sentiu muito a falta da amiga e começou a ligar e a procurar Bárbara com insistência. Por mais que Paula soubesse o quanto a amiga se sentia sozinha, a sua vida tinha mudado completamente e ela se sentia muito triste pela amiga. Luiza mandava mensagens diárias cobrando atenção, pedindo para saírem como nos velhos tempos, mas a vida atual de Bárbara não era mais a mesma. As amigas se sentiam completamente chateadas uma com a outra. Quando Luiza se casou e teve seus filhos ela compreendeu que o que a amiga sentia não era indiferença ou negligência, apenas os programas não tinham mais como serem os mesmos. Elas reataram a amizade.

4- Marina e César estavam separados há 8 anos, mas para César era muito difícil esquecê-la e seguir a sua vida sem a ex-esposa. Com a alto-estima no chão e se sentindo fracassado, ele ligava para ela toda semana, implorando pelo seu amor. Marina o amava como um irmão, como um companheiro e parceiro que ele tinha sido durante muitos anos e essa falta de amor próprio do ex-marido a deixava estarrecida e a afastava ainda mais dele. Ela queria ele feliz, com um novo amor que fosse. Eles já tinham tentado duas vezes reatar o casamento, mas o amor dela por ele não era mais o mesmo. Por mais que ele cobrasse, ela não conseguia amá-lo novamente.

Se relacione com as pessoas sem querer mudá-las

Criar expectativas demais gera angústia e frustração. Você já deve ter ouvido aquele ditado “se você não quer se ferir, não crie expectativas”.

Quando falamos de cobrança emocional estamos falando sobre relacionamentos. Existem diversos tipos de cobranças: de pais para filhos (como da história 1), nos relacionamentos entre casais (como na história 2), no trabalho, nos vínculos de amizade (como na história 3), as cobranças da sociedade, etc. Vamos falar um pouquinho sobre cada uma delas.

Seu filho é seu filho. Seu filho não é você.

As vezes nós erramos justamente quando temos a melhor das intenções. Amamos tanto nossos filhos que criamos expectativas demais sobre eles. Queremos que eles sejam os melhores, que façam tudo certo, que se destaquem; queremos que eles se comportem perfeitamente bem, que sejam mais felizes e mais bem sucedidos que nós mesmos.

É nessa gana por querer tanto o bem de nossas crianças e adolescentes que erramos. Rebeca amava o seu filho. Ela não o repreendia porque achava que ele realmente era uma criança desastrada ou incapaz, mas porque queria que ele prestasse mais atenção ao tomar o leite ou pintar o desenho. Talvez para que não rissem dele na escola; talvez porque um dia ele teria que ensinar seu filho a fazer as coisas direito; talvez porque ela achava que isso era educar uma criança. Por mais bem intencionada que ela fosse, e ela era, isso gerou uma frustração imensa no filho, afetando o adulto que ele se tornou.

Um dos sintomas mais comuns advindos da cobrança emocional com os filhos é a ansiedade. Estima-se que, só no Brasil, 1 em cada 10 crianças sofrem com esse problema [1].

Portanto, é importante não confundirmos disciplina com cobrança. A criança por si só já se sente inclinada a surpreender positivamente os seus pais. Quando ela é milimetricamente avaliada por eles, ela pode entrar em um quadro de auto-vigilância para sempre atingir as expectativas dos genitores, o que não será atingida, configurando um ciclo infinito. Não é difícil de entender porque existem tantos adultos que se cobram dia após dia e sofrem de distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão (aliás este assunto foi tratado com mais detalhes aqui).

Nesse sentido, é imprescindível nos vigiar. Por mais que fosse o seu sonho ser um pianista profissional, não cobre perfeição do seu filho nas aulas de piano dele (muito provavelmente esse não é o sonho dele). Por mais que você adore maquiagem, não cobre da sua filha pré-adulta o mesmo estilo que o seu (assim como você se sente feliz de rímel, ela pode se sentir linda com o rosto limpo). Lembre-se que cada um é cada um e até mesmo nossos filhos podem ser completamente diferente de nós mesmos.

Portanto, não foque no comportamento a ser melhorado ou aprimorado, mas naquilo que sua criança/adolescente faz bem. Estimule-o com palavras gentis e carinhosas. Se o desenho não ficou bem pintado hoje, tudo bem. O importante é que ele tentou e se esforçou, e isso tem um mérito imenso. Afinal, você não precisa de um mini-gênio em casa, que sabe muito de tudo. Nem de um Van Gogh mirim, que pinta muitíssimo bem. Nem de um mini Chopin. Muito menos de uma criança com mania de arrumação, né?

O amor não cabe em uma balança

É da natureza humana comparar. Não tem jeito, a gente sempre está olhando para a grama do vizinho e tentando descobrir qual está mais verdinha. Já dizia nossas avós “a comparação é a maior inimiga da felicidade”. Principalmente da conjugal.

Se você fez um jantar romântico para seu marido em um dia de semana, com o cardápio escolhido com antecedência, e isso partiu de você, por que raios você tem que esperar ser surpreendida por ele na semana que vem? Essa ideia de reciprocidade nos relacionamentos é leviana porque, em essência, quando fazemos algo generoso isso por si só bastaria. Mas não é bem assim que funciona. Criamos a expectativa de que tudo que vai tem que voltar. E rápido! E se demorar…. você joga na cara na primeira briguinha boba que tiverem. E cobra, com a cara cheia de razão (sqn!), que só você faz as coisas por ele. Argh!

Um relacionamento amoroso não é como uma balança: dois pesos, duas medidas. O amor sincero é aquele incondicional, lembra?

A cobrança dentro dos relacionamentos talvez seja a gota d’água que apaga a chama da paixão [3]. Isso porque cobrar do outro traz embutida a ideia de que um dos dois tem que mudar. Atenção, respeito, fidelidade e sexo são coisas que não tem porque serem cobradas. Elas estão tão intrínsecas nos relacionamentos que não tem como pensar em um casal sem um se atentar ao outro, sem se respeitarem mutuamente, sem fidelidade e sem sexo. Se você chega ao ponto de ter que pedir para o outro mudar isso, talvez seja porque o relacionamento como um todo tem que ser revisto. Porém, se suas cobranças são pelo jantar não retribuído, aí colega, a mudança tem que ser em você.

Como vimos na historinha 2, do casal Paula e Adriano, existem também as cobranças do dia-a-dia em que um dos dois sufoca o outro tentando moldá-lo. É maldoso cobrar do outro uma casa arrumada, muito menos um filho quando o outro se sente despreparado (ou está passando por um problema de infertilidade, como na história). Não é nosso direito interferir no estilo do nosso companheiro (afinal, você se apaixonou por ele um dia, lembra?) e podemos ser bastante empáticos quando o assunto é emprego e dinheiro. Olhar para o nosso companheiro com carinho, respeito e empatia é tão importante e essencial como regar uma plantinha para que ela não morra.

Amizade tem que ser leve

Já recebi muitas queixas de amizades que sufocam, seja pela cobrança da presença física, seja pela cobrança emocional. Também já me senti assim. Tive uma amiga que, ao não ser respondida imediatamente no Whatsapp, ligava insistentemente no meu celular ou no meu telefone, até me achar. Na maioria das vezes não era algo sério ou emergencial. Me senti tão acuada e pressionada que me afastei. Claro que depois de não me achar por diversas vezes, não somos mais amigas.

A amizade deve ser algo prazeroso, leve, benéfico para ambos. Ao contrário de nossa família, que além do amor nós nos relacionamos por respeito e gratidão, os amigos permanecem ao nosso lado pelo simples afeto que nutrem por nós. Nós não temos dívidas sanguíneas para com eles; nós temos a afinidade, o carinho e a admiração. Sair com os amigos é gostoso, papear até tarde nos dá alegria; dizem que rir numa roda de amigos chega até a ser terapêutico [2]. E é! Somos seres sociais e o contato com outras pessoas é importantíssimo para a nossa vida.

Mas se isso está se tornando um fardo, é hora de repensar se determinada amizade vale realmente a pena. Talvez um dos lados tenha simplesmente mudado a forma de pensar ou agir (graças a Deus nós mudamos com o tempo); nesse caso, não adianta cobranças e mais cobranças.

A sociedade é você!

“A sociedade me cobra que eu seja magra e alta”, você murmura tristemente em um dia. Mas ao olhar aquela atriz que engordou uns quilinhos na gestação, você solta um “aiiii como ela está gordaaaa!”. Ei, menina e menino, tem algo errado aí, tem não?

Não adianta reclamar da insensibilidade, do machismo, do preconceito e dos padrões impostos pela sociedade se você se comporta exatamente como ela. Aliás, VOCÊ É ELA! E são por pessoas com o mesmo pensamento que o seu que continuamos sendo uma sociedade insensível, machista, preconceituosa e cheia de padrões.

Portanto, quando pensar em dizer algo do tipo, PARE! Rompa esse ciclo horrível de cobranças e não faça mais parte dele. Cabe à nós, e apenas à nós, mudarmos.

Não cobre amor

Não existe coisa mais triste do que cobrar pelo amor de alguém. Cobrar o amor de um pai, uma mãe, um filho, um ex companheiro (a), um amigo (a) é algo tão doloroso que NUNCA vai valer a pena.

Amor não é algo que pode ser comprado, julgado ou pedido. Ele simplesmente é. Ele acontece, é espontâneo, é merecedor, é algo que vem lá do fundo da alma, que nasce ou morre quando tem que nascer ou morrer.

O amor não é uma chavinha de on/off que liga e desliga quando você quer (seria bom que fosse, né!). As vezes a gente ama tanto e nem sabe porque; as vezes a gente nem queria, mas acontece de “desamarmos”.

Mas ao contrário do amor pelo outro ou amor do outro por nós, existe um que temos um relativo poder sobre: o amor-próprio. Esse diacho de amor próprio que muitas vezes fica guardado nas gavetinhas do nosso coração; que se esconde sei-lá-onde quando mais precisamos dele. Esse que não deixa a gente se humilhar na frente de um ex-marido ou ex-namorado toda vez que o vemos. Esse que faz a gente erguer a cabeça e seguir em frente, sabe? Esse que fala pra você mesmo: “ei, isso vai passar. Você vai ser feliz de novo. Parte para outra, segue a sua vida e se orgulhe de quem você é. E pare, por favor, de cobrar que tal pessoa te ame”. Esse carinha faz milagres na nossa vida e ele depende só de nós mesmos. Se dê a chance de senti-lo: você verá como ele é poderoso.

Fontes consultadas

[1] SILVA, W. V.; FIGUEIREDO, V. L. M. Ansiedade infantil e instrumentos de avaliação:
uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 27, n. 4, 2005.

[2] CAPELA, R. C. Riso e bom humor que promovem saúde. Revista Simbio-logias, v. 4, n. 6, 2011.

[3] CARDOSO, R.; CARDOSO, C. Casamento blindado😮 seu casamento à prova de divórcio. São Paulo: Thomas Nelson, 2012.

PAPO COM ESPECIALISTA – EMAGRECIMENTO E BEM ESTAR

Quem nunca começou o ano novo com a promessa de perder uns quilinhos extras ou de se alimentar de uma forma mais saudável? Quem nunca se olhou no espelho e desejou ter uma barriga mais lisinha, músculos mais definidos e um corpo mais delineado? Seja pela aparência ou pela saúde, emagrecer nunca é uma tarefa fácil, mas é possível. No post de hoje você poderá acompanhar um bate-papo com uma nutricionista que nos dará várias informações sobre emagrecimento, alimentação saudável e bem estar.

(Créditos da imagem: Canto da Isa)
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